domingo, 19 de junho de 2011

Breve História da Psicologia



Perspectivas históricas

"A psicologia possui um longo passado, mas uma história curta". Com essa frase descreveu Herrmann Ebbinghaus, um dos primeiros psicólogos experimentais, a situação da psicologia - tanto em 1908, quando ele a escreveu, como hoje: desde a Antiguidade pensadores, filósofos e teólogos de várias regiões e culturas dedicaram-se a questões relativas à natureza humana - a percepção, a consciência, a loucura. Apesar de teorias "psicológicas" fazerem parte de muitas tradições orientais, a psicologia enquanto ciência tem suas primeiras raízes nos filósofos gregos, mas só se separou da filosofia no final do século XIX.

O primeiro laboratório psicológico foi fundado pelo fisiólogo alemão Wilhelm Wundt em 1879 em Leipzig, na Alemanha. Seu interesse se havia transferido do funcionamento do corpo humano para os processos mais elementares de percepção e a velocidade dos processos mentais mais simples. O seu laboratório formou a primeira geração de psicólogos. Alunos de Wundt propagaram a nova ciência e fundaram vários laboratórios similares pela Europa e os Estados Unidos. Edward Titchener foi um importante divulgador do trabalho de Wundt nos Estados Unidos. Mas uma outra perspectiva se delineava: o médico e filósofo americano William James propôs em seu livro The Principles of Psychology (1890) - para muitos a obra mais significativa da literatura psicológica - uma nova abordagem mais centrada na função da mente humana do que na sua estrutura. Nessa época era a psicologia já uma ciência estabelecida e até 1900 já contava com mais de 40 laboratórios na América do Norte.


O Estruturalismo

Em seu laboratório Wundt dedicou-se a criar uma base verdadeiramente científica para a nova ciência. Assim realizava experimentos para levantar dados sistemáticos e objetivos que poderiam ser replicados por outros pesquisadores. Para poder permanecer fiel a seu ideal científico, Wundt se dedicou principalmente ao estudo de reações simples a estímulos realizados sob condições controladas. Seu método de trabalho seria chamado de estruturalismo por Edward Titchener, que o divulgou nos Estados Unidos. Seu objeto de estudo era a estrutura consciente da mente e do comportamento, sobretudo as sensações. Um dos métodos usados por Titchener era a introspecção: nela o indivíduo explora sistematicamente seus próprios pensamentos e sensações a fim de ganhar informações sobre determinadas experiências sensoriais. A tônica do trabalho era assim antes compreender o que é a mente, do os como e porquês de seu funcionamento. As principais críticas levantadas contra o Estruturalismo foram:

 

  • O ser ele reducionista, ou seja, querer reduzir a complexidade da experiência humana a simples sensações;
  • O ser ele elementarista, ou seja, dedicar-se ao estudo de partes ou elementos ao invés de estudar estruturas mais complexas, como as que são típicas para o comportamento humano e
  • O ser ele mentalista, ou seja, basear-se somente em relatórios verbais, excluindo indivíduos incapazes de introspecção, como crianças e animais, do seu estudo. Além disso a introspecção foi alvo de muitos ataques por não ser um verdadeiro método científico objetivo.



Funcionalismo
William James concordava com Titchener quanto ao objeto da psicologia - os processos conscientes. Para ele, no entanto, o estudo desses processos não se limitava a uma descrição de elementos, conteúdos e estruturas. A mente consciente é, para ele, um constante fluxo, uma característica da mente em constante interação com o meio ambiente. Por isso sua atenção estava mais voltada para a função dos processos mentais conscientes. Na psicologia, a seu entender, deveria haver espaço para as emoções, a vontade, os valores, as experiências religiosas e místicas - enfim, tudo o que faz cada ser humano ser único. As idéias de James foram desenvolvidas por John Dewey, que dedicou-se sobretudo ao trabalho prático na educação.

Gestalt, a psicologia da forma
Uma importante reação ao funcionalismo e ao comportamentismo nascente foi a psicologia da gestalt ou da forma, representada por Max Wertheimer, Kurt Koffka e Wolfgang Köhler. Principalmente dedicada ao estudo dos processos de percepção, essa corrente da psicologia defende que os fenômenos psíquicos só podem ser compreendidos, se forem vistos como um todo e não através da divisão em simples elementos perceptuais. A palavra gestalt significa "forma", "formato", "configuração" ou ainda "todo", "cerne". O gestaltismo assume assim o lema: "O todo é mais que a soma das suas partes". Distinta da psicologia da gestalt, escola de pesquisa de significado basicamente histórico fora da psicologia da percepção, é a gestalt-terapia, fundada por Frederic S. Perls (Fritz Perls). Apesar de serem perspectivas já ultrapassadas, tanto o estruturalismo como o funcionalismo e a gestalt ajudaram a determinar o rumo que a psicologia posterior viria a tomar. Hoje em dia os psicólogos procuram compreender tanto as estruturas como a função do comportamento e dos processos mentais.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Psicanálise



Conceito
Conjunto de conhecimentos sistematizados sobre o funcionamento da vida psíquica.

 Método de investigação
 Método interpretativo que busca o significado oculto das ações, sonhos, delírios, associações livres e atos falhos.

Prática profissional
Exercida por profissionais com formação em especialização em psicanálise, com interesses em psicoterapia, aconselhamento, orientação, trabalho em instituições, etc.

Sigmund Freud

  Formou-se em Medicina pela Universidade de Viena, em 1881, especializando-se em Psiquiatria.  Trabalhou com Jean Charcot, na França – usava hipnose para tratar histeria. Trabalhou com Josef Breuer, em Viena – que o encaminhou Ana O. – histérica com paralisias inibições e dificuldades de pensamento. Freud, ao utilizar hipnose com Ana O., pode acessar informações importantes sobre a origem dos seus sintomas (todos associados à relação com o pai).

Método catártico

Tratamento que possibilita a liberação de afetos e emoções ligadas a acontecimentos traumáticos que não puderam ser expressos na ocasião da vivência dolorosa. Essa liberação de afetos leva à eliminação dos sintomas.

Associação livre

 Nem todos os pacientes eram suscetíveis à hipnose e Freud propõe esta técnica, na qual solicita que o indivíduo fale o que vier à sua mente sem juízo de valor.

A interpretação dos sonhos (1900)

O aparelho psíquico é composto por três sistemas:

Inconsciente – conteúdos reprimidos do consciente ou conteúdos genuinamente inconscientes.

 Pré-consciente – conteúdos acessíveis à consciência.

Consciente – sistema que recebe informações do mundo externo e interno. Destaca-se o fenômeno da percepção.


2ª teoria do aparelho psíquico

Entre 1920 e 1923. O aparelho psíquico é formado por três sistemas da personalidade:

Id – reservatório de energia psíquica, onde estão as pulsões de vida e de morte. Regido pelo princípio do prazer.

Ego – estabelece o equilíbrio entre as exigências do id e as do superego. Regido pelo princípio da realidade. Responsável pela percepção, memória, sentimentos, pensamento.

Superego – Internalização das proibições, limites e culpas. Constituído pela moral, adquirida através do contato com a cultura.


Descoberta da sexualidade infantil

Freud descobriu que a maioria dos pensamentos e desejos reprimidos referia-se a conflitos de ordem sexual, desde a infância. Esses conteúdos reprimidos geravam as neuroses. A função sexual existe desde o princípio da vida, logo após o nascimento – afirmação polêmica para sua época.

Fases do desenvolvimento psicossexual

 Oral a zona de erotização é a boca

Anal – a zona de erotização é o ânus

Fálica – a zona de erotização é o órgão sexual

Latência – período de diminuição da atividade sexual que vai até o início da puberdade

Genital – quando o objeto de desejo é o outro

Complexo de Édipo – ocorre entre 3 e 5 anos. O menino deseja a mãe e quer ser o pai. Dessa maneira internaliza as regras e normas sociais.

Mecanismos de defesa
A percepção de algo da realidade pode trazer sofrimento ao indivíduo, por isso ele utiliza de alguns mecanismos para distorcer essa realidade. São processos inconscientes realizados pelo ego, que ocorrem independentemente da vontade do indivíduo.

Recalque- O indivíduo “não vê” ou “não ouve” – alteração da percepção de parte de um evento

Formação reativa- O indivíduo adota uma postura oposta ao desejo.

Regressão- O indivíduo retorna a etapas anteriores de seu desenvolvimento. Pessoa enfrenta situações difíceis com bastante ponderação, mas sobe na mesa, aos berros, diante de uma barata.

Projeção- O indivíduo localiza (projeta) algo de si para o mundo externo. Jovem que se queixa que os colegas são muito competitivos, quando ele é o pior de todos.

Racionalização- O indivíduo constrói uma argumentação intelectualmente convincente e aceitável, que justifica os estados “deformados” da consciência. Justificativas ideológicas para comportamentos destrutivos como os que ocorrem na guerra.

Existem outros mecanismos propostos pela psicanálise.

Objetivos da psicanálise

  Desenvolver o autoconhecimento, de forma a possibilitar que o indivíduo lide com os sofrimentos, em direção a uma produção humana mais autônoma, criativa e gratificante de cada indivíduo, dos grupos, das instituições e da coletividade. 

  Interesse por temas atuais como drogadição, anorexia, síndrome do pânico, excessiva medicalização do sofrimento, sexualização da infância, etc.





Referências: Bock, A. M. B., Furtado, O., & Teixeira, M. L. T. (2008). Psicologias – Uma introdução ao estudo de Psicologia (14ª ed.). São Paulo: Saraiva. Cap. 3. Psicanálise

sexta-feira, 10 de junho de 2011

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Áreas de atuação do Psicólogo






O psicólogo pode se especializar e trabalha em várias áreas dentre elas estão: clínica, educacional ou escolar, comunitária ou social, do trabalho ou organizacional, jurídica, da saúde ou hospitalar, do consumidor, do esporte e do transito.


Psicólogo Cliníco- Atua na área específica da saúde, colaborando para a compreensão dos processos intra e interpessoais, utilizando enfoque preventivo ou curativo, isoladamente ou em equipe multiprofissional em instituições formais e informais. Realiza pesquisa, diagnóstico, acompanhamento psicológico, e intervenção psicoterápica individual ou em grupo, através de diferentes abordagens teóricas.

Psicólogo Educacional ou Escolar- Atua no âmbito da educação, nas instituições formais ou informais. Colabora para a compreensão e para a mudança do comportamento de educadores e educandos, no processo de ensino aprendizagem, nas relações interpessoais e nos processos intrapessoais, referindo-se sempre as dimensões política, econômica, social e cultural. Realiza pesquisa, diagnóstico e intervenção psicopedagógica individual ou em grupo. Participa também da elaboração de planos e políticas referentes ao Sistema Educacional, visando promover a qualidade, a valorização e a democratização do ensino.

Psicólogo Comunitário ou Social- o psicólogo social é aquele que entende o sujeito desde uma perspectiva histórica considerando a permanente integração entre indivíduo e o social. Neste sentido operar como psicólogo social significa desenvolver um trabalho desde esta perspectiva de homem e da sociedade, possibilitando atuar em qualquer área da Psicologia.

Psicólogo do Trabalho ou Organizacional- Atua individualmente ou em equipe multiprofissional, onde quer que se dêem as relações de trabalho nas organizações sociais formais ou informais, visando a aplicação do conhecimento da Psicologia para a compreensão, intervenção e desenvolvimento das relações e dos processos intra e interpessoais, intra e intergrupais e suas articulações com as dimensões política, econômica, social e cultural.

Psicólogo Jurídico- Atua no âmbito da Justiça, nas instituições governamentais e não-governamentais, colaborando no planejamento e execução de políticas de cidadania, direitos humanos e prevenção da violência. Para tanto, sua atuação é centrada na orientação do dado psicológico repassado não só para os juristas como também aos sujeitos que carecem de tal intervenção. Contribui para a formulação, revisões e interpretação das leis.

Psicólogo da saúde ou Hospitalar- O Psicólogo hospitalar atua geralmente segundo um modelo biopsicossocial que assim como a abordagem holística busca observar o indivíduo em todos sistemas com quem interage (familiar, social, biológico, psicológico...) simultaneamente e com inter-relações constantes entre elas. Coordena relativamente às atividades com os funcionários do hospital,  atua como consultor, ajudando outros profissionais a lidarem com o paciente, atua diretamente com o paciente, atua na gestão de recursos humanos: para aprimorar os serviços dos profissionais da organização.

Psicólogo do Esporte-  Procede o exame das características psicológicas dos esportistas, visando o diagnóstico individual ou do grupo, dentro da atividade em que se encontram. Desenvolve ações utilizando-se de técnicas psicológicas contribuindo em nível individual, para realização pessoal e melhoria do desempenho do esportista e em nível grupal, favorecendo a otimização das relações entre esportistas, pessoal técnico e dirigentes. Realiza atendimento individual ou em grupo de esportistas, visando a preparação
psicológica no desempenho da atividade física em geral. Acompanha, assessora e observa o comportamento dos esportistas, visando o estudo das variáveis psicológicas que interferem no desempenho de suas atividades específicas(treinos, torneios e competições).

Psicólogo do Transito- Desenvolve pesquisa científica no campo dos processos psicológicos, psicossociais e psicofísicos relacionados ao problema do trânsito. Realiza exames psicológicos de aptidão profissional em candidatos a habilitação para dirigir veículos automotores (“Psicotécnicos”).  Assessora no processo de elaboração e implantação de sistemas de sinalização de trânsito, especialmente no que concerne a questões de transmissão, recepção e retenção de informações. Participa de equipes multiprofissionais voltadas à prevenção de acidentes de trânsito.




Referencias: Conselho Nacional de Psicologia do Pará.

Você sabe a diferença entre: Psiquiatra, Psicólogo e Psicanalista?


Psiquiatra é um profissional da medicina que após ter concluído sua formação, opta pela especialização em psiquiatria, esta é composta de 2 ou 3 anos e abrange estudos em neurologia, psicofarmacologia e treinamento específico para diferentes modalidades de atendimento, tendo por objetivo tratar as doenças mentais. Ele é apto a prescrever medicamentos, habilidade não designada ao psicólogo.










Psicólogo tem formação superior em psicologia, ciência que estuda os processos mentais (sentimentos, pensamentos, razão) e o comportamento humano. O curso tem duração de 4 anos para bacharelado e licenciatura e 5 anos pra obtenção do título de psicólogo. No decorrer do curso a teoria e completada por estágios supervisionados que habilita o psicólogo a realizar psicodiagnósticos, psicoterapia, orientação, entre outras.







Psicanalista é o profissional que possui uma formação em psicanálise, método terapêutico criado pelo médico austríco Sigmund Freud, que consiste na interpretação dos contéudos inconscientes de palavras, ações e produções imaginárias de uma pessoa, baseado nas associações livres e na transferência. Segundo a instituição formadora, o psicanalista pode ter formação em diferentes áreas de ensino superior.



Referência: Brasil Escola


Psicologia???

Psicologia é a ciência que estuda o comportamento (tudo o que organismo faz) e os processos mentais (experiências subjetivas inferidas através do comportamento). O principal foco da psicologia se encontra no indivíduo.